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terça-feira, janeiro 06, 2015

Como tirar carteira de motorista na Flórida


Com um pouco mais de uma semana em terras do Tio Sam, fui orientada por minha amiga sobre a necessidade de ter uma carteira de motorista daqui. Com ela você pode andar sem passaporte, abrir conta em banco, entre outras coisas. Ela passa a ser sua ID americana, o que facilita muito sua vida.
Vou tentar aqui ser bem detalhista pra você saber exatamente o que fazer e assim se sentir mais seguro(a) na hora de conseguir sua drive license.
Se você entrou no país como turista, vai precisar providenciar os seguintes documentos:
1. Passaporte
2.  I-94 - antes era entregue a você pela imigração no aeroporto assim que entrasse no país, hoje é preciso  entrar no site http://www.cbp.gov/travel/international-visitors/i-94-instructions, preencher e imprimir por conta própria.
3. Comprovantes de residência (pelo menos 2, que pode ser, conta de celular, energia, água…). Se você é turista, claro que não estará no seu nome, então você precisará também de 
4. um certificado de residência preenchido pelo proprietário (cujo nome está nos comprovantes citados), confirmando que você mora no endereço.
5. Documentos do carro (lembrando que o seguro é obrigatório).
Você precisará, também, levar um carro para fazer o teste prático. Eu usei o da minha amiga.
Antes de tudo é preciso estudar o livrinho com as leis de trânsito da Flórida na versão em inglês ou espanhol. Você consegue esses livros no mesmo lugar onde vai fazer os testes. ou no site http://www.flhsmv.gov/resource-center/handbooks-manuals/ Eu fiz tudo no Mall das Américas em Miami (http://malloftheamericas.com). Lá existe um lugar específico para esse tipo de coisa. Parece com o Poupa Tempo de São Paulo e o Vapt Vupt de Goiás, só que muito mais tecnológico e avançado e em menos de 4 horas você já sai com sua carteira de motorista nas mãos.
Comigo foi assim:
Cheguei por volta de 8h e, com os documentos em uma pastinha, fui pra fila onde me deram uma senha e indicaram outra fila. Fui chamada, a moça muito educadamente e cantarolando a mesma música que tocava no ambiente (sim, tem musiquinha boa tocando), falou pra eu ficar em frente a um fundo azul para a foto e depois pediu pra eu colocar meu rosto num aparelho parecido com aqueles de oftalmologista que estava no balcão para fazer o teste de visão e falar em voz alta as letras da linha 5. Comecei lendo em inglês e terminei em espanhol. Ain Cris, que confusa você!  A moça olhou pra mim e perguntou: que língua você falou, inglês ou espanhol? Respondi com um certo ar orgulhoso até: Both! Rimos… Ali perto tem uns 20 computadores onde é feita a prova teórica. Ela me indicou um e fui lá. É assim: No computador tem as opções inglês e espanhol para responder as questões. Você deve acertar 40 perguntas, entre 50, sobre todo o conteúdo do livrinho. Se alguma questão você não tiver certeza, pode pular.
Respondi 43 (errei 3 rsss) e veio a mensagem que eu havia completado e passado no teste.
Obaaaaaa! Voltei na mesma moça que dessa vez me deu um papelzinho e disse pra eu ir em outro balcão e pagar $10,00. Paguei e recebi 2 papeis: um com instruções para a prova prática e outro menor que eu deveria entregar para o avaliador. Mandaram-me ir lá pra fora e ficar esperando ser chamada pelo meu nome.
Em menos de 10 minutos fui chamada por um moço moreno,  estatura mediana, cara séria mas gentil, que me pediu pra pegar meu carro e estacionar numa vaga específica ali pertinho de onde estávamos. Perguntei o nome dele: Marvin. Estacionei e Marvin veio em minha direção pedindo pra eu ligar o carro, por seta pra direita e pra esquerda enquanto ele verificava se estavam funcionando. Então ele me disse: você vai fazer exatamente o que eu disser e não vou dizer pra você fazer nada que não deva (Ufa!). Coloquei o cinto de segurança, e sai de ré com o braço direito apoiado no banco do passageiro como manda o manual pra mostrar pro Marvin que eu era uma motorista super correta. Sai numa velocidade de 15 milhas por hora - Enganando o Marvin, Cris? Só em 2014 você foi multada 3 vezes por excesso de velocidade!  E fomos pelo estacionamento do Mall das Américas em direção a saída. Na rua vazia ele me pediu pra fazer o three point como o da imagem abaixo.
 
Depois de fazer lindamente o three point ele me pediu pra acelerar em 20 milhas por hora e parar bruscamente assim que ele dissesse STOP! e foi o que fiz. Depois de me mandar estacionar de frente entre 4 cones que simulavam carros no estacionamento do mall, falou que poderíamos voltar para onde estávamos, assinou um papel e me entregou dizendo que eu tinha passado e deveria ir ao guichê 18. Nessa hora me segurei pra não cantar alto a música que estava no último volume na minha cabeça: 

"Marvin, a vida é pra valer ¶ ¶ 
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor" ¶

Mas quando precisa eu tenho juízo, então apenas agradeci o Marvin e sai andando como gente normal.

No guichê supra citado (eu já disse em outro post que gosto demais essa palavra) a moça pediu os documentos do carro e seguro. Minha amiga tinha me dado o documento errado do seguro e, claro, não foi aceito. Liguei pra minha amiga que fotografou o documento e enviou pelo whatsapp pra mim. Mostrei a foto pra moça e ok. Sim! Ok, minha gente!!! Sem burocracias! Pronto! Agora era só ir novamente no balcão de pagamento, pagar $38,00, esperar 3 minutos e sair com minha carteira na mão.

Mais simples e fácil que no Brasil.
Então é isso! Prepare-se e boa sorte!

quinta-feira, janeiro 01, 2015

Pérolas do Sabor



Esses dias me perguntaram o que eu queria comer no café da manhã, respondi que queria o que tinha, mas fiquei ali pensando e pensando e na verdade eu estava era com muita vontade de comer um pão francês com manteiga, ovo mexido dentro, café e leite. Confesso: sou uma "poor's food lover" (só escrevi em inglês pra parecer mais chic porque brasileiro acha chic americanizar - ai que brega!). Falando no português claro, sou uma amante de comida de pobre.
Você pode me convidar pra um restaurante chic grego, italiano, alemão e aceitarei feliz porque gosto de conhecer e experimentar coisas novas. Se você me chamar pra ir na sua casa comer um prato especial com molhos exóticos e raminhos coloridos, vou achar o máximo e ainda pedirei a receita. Mas se você me chamar pra comer arroz branquinho com alho, feijão tropeiro e um bife acebolado bem passado…hummmm eu posso até lamber os dedos depois. Vou amar!!!
Olha só! Eu sei muito bem apreciar a gastronomia, as criações de chefs, as combinações de sabores. Ok. Você tá achando que não sou chic coisa nenhuma e não entendo do assunto. Tudo bem! A verdade é que não ficarei triste nem decepcionada se me colocarem diante de uma mesa com uma panela de galinhada ao invés de coq au vin ou ensopado de vitela à provençal. Então, apesar de ser gente boa, fina e culta  (e metida, né Cris? ) eu também sou do povo e adoro a simplicidade e as coisas comuns.

P.S. O título do post é em homenagem ao restaurante onde costumava almoçar em Goiânia.

Receita de Ano Novo - Carlos Drummond de Andrade

[...] Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-la na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.