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sexta-feira, junho 29, 2007

(re)leituras

Organizando ontem minhas pastas da época da faculdade encontrei um texto de Horace Minner que estudei nas aulas de antropologia. Acho esse texto muito interessante. Confira.

“O ritual do corpo entre os SONACIREMA”

"A crença fundamental subjacente a todo o sistema parece ser a de que o corpo humano é repugnante e que sua tendência natural é para a debilidade e a doença. Encarcerado em tal corpo, a única esperança do homem é desviar estas características através do uso das poderosas influências do ritual e do cerimonial. Cada moradia tem um ou mais santuários devotados a este propósito. Os indivíduos mais poderosos desta sociedade têm muitos santuários em suas casas e, de fato, a alusão à opulência de uma casa, muito freqüentemente, é feita em termos do número de tais centros rituais que possua. Muitas casas são construções de madeira, toscamente pintadas, mas as câmeras de culto das mais ricas têm paredes de pedra. As famílias mais pobres imitam as ricas, aplicando placas de cerâmica às paredes de seu santuário.

Embora cada família tenha pelo menos um de tais santuários, os rituais a eles associados não são cerimônias familiares, mas sim cerimônias privadas e secretas. Os ritos, normalmente, são discutidos apenas com as crianças e, neste caso, somente durante o período em que estão sendo iniciadas em seus mistérios. Eu pude, contudo, estabelecer contato suficiente com os nativos para examinar estes santuários e obter descrições dos rituais.

O ponto focal do santuário é uma caixa ou cofre embutido na parede. Neste cofre são guardados os inúmeros encantamentos e poções mágicas sem os quais nenhum nativo acredita que poderia viver. Tais preparados são conseguidos através de uma serie de profissionais especializados, os mais poderosos dos quais são os médicos-feiticeiros, cujo auxilio deve ser recompensado com dádivas substanciais. Contudo, os médicos-feiticeiros não fornecem a seus clientes as poções de cura; somente decidem quais devem ser seus ingredientes e então os escrevem em sua linguagem antiga e secreta. Esta escrita é entendida apenas pelos médicos-feiticeiros e pelos ervatários, os quais, em troca de outra dadiva, providenciam o encantamento necessário. Os sonacirema não se desfazem do encantamento após seu uso, mas os colocam na caixa-de-encantamento do santuário doméstico. Como tais substâncias mágicas são especificas para certas doenças e as doenças do povo, reais ou imaginárias, são muitas, a caixa-de-encantamentos está geralmente a ponto de transbordar. Os pacotes mágicos são tão numerosos que as pessoas esquecem quais são suas finalidades e temem usá-los de novo. Embora os nativos sejam muito vagos quanto a este aspecto, só podemos concluir que aquilo que os leva a conservar todas as velhas substâncias é a idéia de que sua presença na caixa-de-encantamentos, em frente à qual são efetuados os ritos corporais, irá, de alguma forma, proteger o adorador.

Abaixo da caixa-de-encantamentos existe uma pequena pia batismal. Todos os dias cada membro da família, um após o outro, entra no santuário, inclina sua fronte ante a caixa-de-encantamentos, mistura diferentes tipos de águas sagradas na pia batismal e procede a um breve rito de ablução. As águas sagradas vêm do Templo da Água da comunidade, onde os sacerdotes executam elaboradas cerimônias para tornar o líquido ritualmente puro.

Na hierarquia dos mágicos profissionais, logo abaixo dos médicos-feiticeiros no que diz respeito ao prestígio, estão os especialistas cuja designação pode ser traduzida por "sagrados-homens-da-boca". Os Nacirema têm um horror quase que patológico, e ao mesmo tempo fascinação, pela cavidade bucal, cujo estado acreditam ter uma influência sobre todas as relações sociais.


Acreditam que, se não fosse pelos rituais bucais seus dentes cairiam, seus amigos os abandonariam e seus namorados os rejeitariam. Acreditam também na existência de uma forte relação entre as características orais e as morais: Existe, por exemplo, uma ablução ritual da boca para as crianças que se supõe aprimorar sua fibra moral.

O ritual do corpo executado diariamente por cada Nacirema inclui um rito bucal. Apesar de serem tão escrupulosos no cuidado bucal, este rito envolve uma prática que choca o estrangeiro não iniciado, que só pode considerá-lo revoltante. Foi-me relatado que o ritual consiste na inserção de um pequeno feixe de cerdas de porco na boca juntamente com certos pós mágicos, e em movimentá-lo então numa série de gestos altamente formalizados.
Além do ritual bucal privado, as pessoas procuram o mencionado sacerdote-da-boca uma ou duas vezes ao ano. Estes profissionais têm uma impressionante coleção de instrumentos, consistindo de brocas, furadores, sondas e aguilhões. O uso destes objetos no exorcismo dos demônios bucais envolve, para o cliente, uma tortura ritual quase inacreditável. O sacerdote-da-boca abre a boca do cliente e, usando os instrumentos acima citados, alarga todas as cavidades que a degeneração possa ter produzido nos dentes. Nestas cavidades são colocadas substâncias mágicas. Caso não existam cavidades naturais nos dentes, grandes seções de um ou mais dentes são extirpadas para que a substância natural possa ser aplicada. Do ponto de vista do cliente, o propósito destas aplicações é tolher a degeneração e atrair amigos. O caráter extremamente sagrado e tradicional do rito evidencia-se pelo fato de os nativos voltarem ao sacerdote-da-boca ano após ano, não obstante o fato de seus dentes continuarem a degenerar."

Querem saber quem são os SONACIREMA? Basta ler a palavra ao contrário.
Poderia também ser a tribo dos SORIELISARB...

Enfim, esse texto sempre me faz pensar no quanto "o diferente" nos incomoda e, normalmente, desperta em nós uma atitude crítica e depreciativa.
Podemos concluir que não somente uma cultura não deve ser julgada como errada ou certa, mas também todas as pessoas que são maravilhosamente diferentes de nós.

quarta-feira, junho 27, 2007

Voz e violão

Peguei lá no Armazém.

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sexta-feira, junho 22, 2007

Aaaatchimmm!!!!


Olá people!
Estou meio gribada, dariz escorrendo e espirrando sem parar.
O pior é que sinto cada espirro como um reflexo de uma bomba estourada dentro da minha cabeça.
Essa gripe veio me desmoralizar já que sempre me gabei de dificilmente gripar, mesmo quando todos ao meu redor reclamavam do tal vírus eu me mantinha invícta.
Ontem tive até um pouquinho de febre, mas hoje já estou melhor.
Agora vou alí fazer um chazinho...té logo!

sábado, junho 16, 2007

Prerrogativa de função

Lei de improbidade não se aplica a ministros de Estado
por Lilian Matsuura

A Lei de Improbidade Administrativa não pode ser aplicada contra ministros de Estado porque eles têm foro privilegiado. A discussão no plenário do Supremo Tribunal Federal para chegar à definição da questão foi acirrada. Por seis votos a cinco, o STF concluiu que ministros de Estado devem ser processados com base na Lei de Crimes de Responsabilidade (1.079/50).
A decisão foi tomada na análise da Reclamação contra o ex-ministro da Ciência e Tecnologia Ronaldo Sardenberg. A orientação do Supremo nesse sentido, contudo, pode não durar muito. Isso porque os quatros mais novos ministros da Corte — Carlos Ayres Britto, Eros Grau, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia — não votaram nesse processo. Com o placar apertado, a virada pode acontecer. Apesar de abrir um importante precedente, a decisão se aplica apenas ao caso de Sardenberg.
O Ministério Público o acusou de ter viajado para descansar em Fernando de Noronha em um avião da Força Aérea Brasileira. À época, Sardenberg era ministro do governo Fernando Henrique Cardoso. O processo contra Sardenberg, que agora é membro do conselho-diretor da Agência Nacional de Telecomunicações, foi extinto pelo plenário do Supremo. Isso porque a Procuradoria-Geral da República não o denunciou perante a corte.
Na sessão desta quarta-feira (13/6), o ministro Joaquim Barbosa trouxe o seu voto-vista. Ele ficou vencido, junto com Marco Aurélio, Sepúlveda Pertence e Celso de Mello. Até então, o único voto contra era ministro Carlos Velloso, já aposentado.
Para eles, não deve haver supressão de instâncias no julgamento de ações contra os agentes políticos. Joaquim Barbosa concordou com o posicionamento divergente do ministro Carlos Velloso sobre a necessidade da observância do princípio da moralidade, quando entendeu que a tipificação da Lei dos Crimes de Responsabilidade não abrangeria os tipos de delitos previstos na Lei de Improbidade, pelos quais o ex-ministro Ronaldo Sardenberg foi condenado.
A questão estava parada no Supremo desde 2005. A tendência vencedora já parecia consolidada na última sessão em que a matéria foi discutida. Três votos pelo foro privilegiado não podiam mais ser alterados porque partiram de ministros aposentados: Maurício Corrêa, Ilmar Galvão e Nelson Jobim. Os votos dos ministros Cezar Peluso e Gilmar Mendes também contra a aplicação da Lei de Improbidade ao caso. O sexto voto, definidor da questão, foi da ministra Ellen Gracie.
Desde que foi criada, em 1992, a Ação de Improbidade Administrativa tem sido uma das principais brigas entre políticos e Ministério Público. A Lei 8.429/92, que trata do assunto, não trata da prerrogativa das autoridades de serem julgados apenas pelas instâncias superiores.
A Ação de Improbidade passou a ser usada frequentemente pelo Ministério Público. No final de 2006, o ministro Gilmar Mendes acusou o MP de usar a ação com fins políticos, pessoais ou corporativistas. Daí a sua defesa do foro privilegiado.
“Além de evitar o que poderia ser definido como uma tática de guerrilha perante os vários juízes de primeiro grau, a prerrogativa de foro serve para que os chefes das principais instituições públicas sejam julgados perante um órgão colegiado dotado de maior independência e de inequívoca seriedade”, disse o ministro do Supremo.

Revista Consultor Jurídico, 13 de junho de 2007.

segunda-feira, junho 11, 2007

Surpresa!

Um bom amigo tem sempre uma surpresa no bolso pra oferecer... Pode ser uma balinha, um sonho de valsa, algo que viu numa lojinha de miscelâneas e não resistiu comprar porque achou "a sua cara"... É sempre bom ter um amigo assim: cheio de pequenas surpresas e carinhos... Pois hoje eu trouxe no meu bolso, algo pra você... Clique no bolso e descubra o que é...

sábado, junho 09, 2007

Começaram a chegar...


Hoje, faltando exatamente 30 dias para o meu aniversário, ganhei presente maravilhoso do meu amigo L.
Esse livro sem palavras, pode ser "lido" de trás pra frente como de frente pra trás. De qualquer maneira, é surpreendente. Suas ilustrações saltam aos olhos como se o espectador tivesse se afastado rapidamente de cada página.
É um livro que nos desafia a mudar nossas idéias sobre tudo o que vemos, pois nada é o que parece ser.

quinta-feira, junho 07, 2007

segunda-feira, junho 04, 2007

Entrevista

Comentário de Max Gheringer - Rádio CBN. Falando sobre o mercado de trabalho.
"Existem muitos gurus que sabem dar respostas criativas às grandes questões sobre o mercado de trabalho. Aqui vai um pequeno resumo da entrevista com o famoso Reynold Remhn: Pergunto: Ainda é possível ser feliz num mundo tão competitivo?
Resposta: Quanto mais conhecimento conseguimos acumular, mais entendemos que ainda falta muito para aprendermos. É por isso que sofremos. Trabalhar em excesso é como perseguir o vento. A felicidade só existe para quem souber aproveitar agora os frutos do seu trabalho.
Segunda pergunta: O profissional do futuro será um individualista?
Resposta: Pelo contrário. O azar será de quem ficar sozinho, porque se cair, não terá ninguém para ajudá lo a levantar-se.
Terceira pergunta: Que conselho o Sr dá aos jovens que estão entrando no mercado de trabalho? Resposta: É melhor ser criticado pelos sábios do que ser elogiado pelos insensatos. Elogios vazios são como gravetos atirados em uma fogueira.
Quarta pergunta: E para os funcionários que tem chefes centralizadores e perversos?
Reposta: Muitas vezes os justos são tratados pela cartilha dos injustos, mas isso passa. Por mais poderoso que alguém pareça ser, essa pessoa ainda será incapaz de dominar a própria respiração.
Última pergunta: O que é exatamente sucesso?
Resposta: É o sono gostoso. Se a fartura do rico não o deixa dormir, ele estará acumulando, ao mesmo tempo, sua riqueza e sua desgraça.
Belas e sábias respostas. Eu só queria me desculpar pelo fato de que não existe nenhum Reynold Remhn. Eu o inventei.
Todas as respostas, embora extremamente atuais foram retiradas de um livro escrito a 2.300 anos: o ECLESIASTES, Bíblia. Mas, se eu digo isso logo no começo, muita gente, talvez, nem tivesse interesse em continuar ouvindo.
Max Gheringer para a CBN".

domingo, junho 03, 2007

Dormindo com o inimigo

Ontem, depois do show do Fábio Jr, cheguei em casa feliz e contente e quando estava escovando os dentes com planos de cair na cama logo em seguida, vi, pelo espelho, um ser caminhando no quarto.
AAAHHHHHHHHH!!!!!!!!!
Saí correndo, fechei a porta pra impedir uma possível perseguição e fui pegar minha arma.
Respirei fundo, fiz cara má e, com a arma na mão, abri a porta do quarto já com o dedo no gatilho despejando quase todo o vasilhame de RAID que nunca deixo faltar em casa.
Era o fim daquela BARATA!
Fechei novamente a porta e fui dormir na sala porque mesmo que eu tivesse coragem não podeira dormir alí com tanto veneno no ar.

Algumas pessoas tem nojo de baratas outras tem medo, mas eu....eu não!
Eu tenho é PAVOR!!!

Hoje, antes de ir para o curso de inglês, joguei veneno em todos os compartimentos da casa e quando voltei procurei o "cadáver" com intenção de me livrar do corpo mas, para o meu desespero, não encontrei.
E agora? Como é que eu vou conseguir dormir? E se ela ainda estiver por aí só esperando eu dormir pra se vingar?

Show



Ontem fui ao show de Fábio Jr e isso graças a minha amiga dona do Armazém que me deu de presente uma entrada.
Foi muito, muito bom!
Na verdade foi SEN - SA - CIO - NAL!

Raquel, de todo o meu coração,
OBRIGADUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!